O presidente Lula está com tudo e está prosa. Prosa demais.
Com os índices de popularidade nas alturas, acha que pode extrapolar os limites do bom senso, principalmente quando está no palanque. Nessa quinta-feira, em São Luís, a certa altura do discurso, ele passou do limite: “Eu não quero saber se o João Castelo (prefeito tucano de São Luís) é do PSDB, não quero saber se o outro é do PFL, não quero saber se é do PT. Eu quero saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra. Esse é o dado concreto”.
Mais tarde, previu que a imprensa iria condená-lo pelos termos usados. E ainda provocou: “Lógico que falei um palavrão aqui. Amanhã, os comentaristas dos grandes jornais vão dizer que o Lula falou um palavrão, mas eu tenho consciência que eles falam mais palavrão do que eu todo dia e tenho consciência de como vive o povo pobre desse país”. É claro que o comentário é inevitável. Mesmo por aqueles que também falam palavrão, só que não são obrigados a seguir a liturgia do cargo, ainda mais o de presidente da República. É o jeitão de Lula.
Ele sabe que fala a linguagem do povo, tanto que ninguém ficou vermelho no Maranhão quando ele soltou a frase. Muito antes pelo contrário, foi aplaudido.
O dia não estava bom para o presidente. Em entrevista a emissoras de rádio, Lula pediu ao PMDB que indicasse três nomes para a candidatura a vice-presidente: “O correto não é nem o PMDB impor um nome só. O correto é o PMDB discutir dentro do PMDB, indicar três nomes para a ministra Dilma para que ela possa escolher, porque isso é que nem casamento.
Quem vai casar com o vice é a candidata, e você não pode empurrar pra ela alguém que não tem afinidade com ela porque aí será discórdia total”. Casar com a candidata? Já pode? Não é campanha antecipada? Sim, é, para a última pergunta.
Tudo parado.
O governo está preocupado. Mesmo com três sessões do Congresso marcadas para esta semana – duas delas nem foram realizadas – não conseguiu votar os créditos extraordinários ao Orçamento da União. Não é pouca coisa. São mais de 50 créditos que somam a bagatela e mais de R$ 30 bilhões. A avaliação dos líderes governistas é de que o problema é mais difícil com o Senado, já que dois terços dos senadores, muitos deles de oposição, se quiserem continuar na Casa, terão de voltar às urnas no ano que vem e não pretendem dar munição para o adversário, no caso, o governo.
Sem desgaste.
A cúpula do DEM gostou da decisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, de pedir a desfiliação ao partido. Os democratas lembram que seria desgastante para todos expulsar um integrante da legenda, ainda mais tão ilustre. Arruda era o único governador democrata. Mas o DEM já tinha decidido também que, se Arruda tivesse conseguido liminar na Justiça para parar o processo, iria abrir outro, de expulsão sumária, sem nem direito de defesa, previsto no estatuto do partido.
Oposição insiste
A oposição não desiste, insiste. Ainda acredita que consegue impedir a votação este ano dos projetos do pré-sal, prioridade máxima do governo. A base aliada ao Palácio do Planalto conseguiu aprovar a proposta de distribuição dos royalties, mas ainda faltam muitos destaques para serem apreciados. Terá que haver, de novo, forte mobilização dos governistas. A expectativa de tucanos e democratas é de que dificilmente todos os projetos passem.
Briga no ninho
Esquenta a briga pela liderança do PSDB no ano que vem. O pessoal do Nordeste não quer que o indicado seja nem de São Paulo tampouco de Minas. Os paulistas estão divididos entre os que estão ao lado do governador José Serra e os que querem um indicado mais independente. E o atual líder, José Aníbal (foto), tenta emplacar o atual primeiro vice-líder, Duarte Nogueira (SP), que seria uma espécie de continuidade de seu mandato. A bancada tucana de 59 deputados está completamente fora de órbita.
Carne seca
Independentemente de quem vencer a disputa interna no PT mineiro, será necessário que os dois grupos se entendam. A divisão no partido ficou evidente. E qualquer um dos lados precisa do outro, para ter chance de vitória na disputa pelo Palácio da Liberdade. Sem o entendimento entre os grupos de Fernando Pimentel e Patrus Ananias, quem fica por cima da carne seca é o presidente Lula, que pode tomar a decisão que quiser, especialmente se for pressionado pelo PMDB em favor da candidatura do ministro das Comunicações, Hélio Costa.
FONTE: Baptista Chagas de Almeida - Editor de Política jornal Estado de Minas
Com os índices de popularidade nas alturas, acha que pode extrapolar os limites do bom senso, principalmente quando está no palanque. Nessa quinta-feira, em São Luís, a certa altura do discurso, ele passou do limite: “Eu não quero saber se o João Castelo (prefeito tucano de São Luís) é do PSDB, não quero saber se o outro é do PFL, não quero saber se é do PT. Eu quero saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra. Esse é o dado concreto”.
Mais tarde, previu que a imprensa iria condená-lo pelos termos usados. E ainda provocou: “Lógico que falei um palavrão aqui. Amanhã, os comentaristas dos grandes jornais vão dizer que o Lula falou um palavrão, mas eu tenho consciência que eles falam mais palavrão do que eu todo dia e tenho consciência de como vive o povo pobre desse país”. É claro que o comentário é inevitável. Mesmo por aqueles que também falam palavrão, só que não são obrigados a seguir a liturgia do cargo, ainda mais o de presidente da República. É o jeitão de Lula.
Ele sabe que fala a linguagem do povo, tanto que ninguém ficou vermelho no Maranhão quando ele soltou a frase. Muito antes pelo contrário, foi aplaudido.
O dia não estava bom para o presidente. Em entrevista a emissoras de rádio, Lula pediu ao PMDB que indicasse três nomes para a candidatura a vice-presidente: “O correto não é nem o PMDB impor um nome só. O correto é o PMDB discutir dentro do PMDB, indicar três nomes para a ministra Dilma para que ela possa escolher, porque isso é que nem casamento.
Quem vai casar com o vice é a candidata, e você não pode empurrar pra ela alguém que não tem afinidade com ela porque aí será discórdia total”. Casar com a candidata? Já pode? Não é campanha antecipada? Sim, é, para a última pergunta.
Tudo parado.
O governo está preocupado. Mesmo com três sessões do Congresso marcadas para esta semana – duas delas nem foram realizadas – não conseguiu votar os créditos extraordinários ao Orçamento da União. Não é pouca coisa. São mais de 50 créditos que somam a bagatela e mais de R$ 30 bilhões. A avaliação dos líderes governistas é de que o problema é mais difícil com o Senado, já que dois terços dos senadores, muitos deles de oposição, se quiserem continuar na Casa, terão de voltar às urnas no ano que vem e não pretendem dar munição para o adversário, no caso, o governo.
Sem desgaste.
A cúpula do DEM gostou da decisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, de pedir a desfiliação ao partido. Os democratas lembram que seria desgastante para todos expulsar um integrante da legenda, ainda mais tão ilustre. Arruda era o único governador democrata. Mas o DEM já tinha decidido também que, se Arruda tivesse conseguido liminar na Justiça para parar o processo, iria abrir outro, de expulsão sumária, sem nem direito de defesa, previsto no estatuto do partido.
Oposição insiste
A oposição não desiste, insiste. Ainda acredita que consegue impedir a votação este ano dos projetos do pré-sal, prioridade máxima do governo. A base aliada ao Palácio do Planalto conseguiu aprovar a proposta de distribuição dos royalties, mas ainda faltam muitos destaques para serem apreciados. Terá que haver, de novo, forte mobilização dos governistas. A expectativa de tucanos e democratas é de que dificilmente todos os projetos passem.
Briga no ninho
Esquenta a briga pela liderança do PSDB no ano que vem. O pessoal do Nordeste não quer que o indicado seja nem de São Paulo tampouco de Minas. Os paulistas estão divididos entre os que estão ao lado do governador José Serra e os que querem um indicado mais independente. E o atual líder, José Aníbal (foto), tenta emplacar o atual primeiro vice-líder, Duarte Nogueira (SP), que seria uma espécie de continuidade de seu mandato. A bancada tucana de 59 deputados está completamente fora de órbita.
Carne seca
Independentemente de quem vencer a disputa interna no PT mineiro, será necessário que os dois grupos se entendam. A divisão no partido ficou evidente. E qualquer um dos lados precisa do outro, para ter chance de vitória na disputa pelo Palácio da Liberdade. Sem o entendimento entre os grupos de Fernando Pimentel e Patrus Ananias, quem fica por cima da carne seca é o presidente Lula, que pode tomar a decisão que quiser, especialmente se for pressionado pelo PMDB em favor da candidatura do ministro das Comunicações, Hélio Costa.
FONTE: Baptista Chagas de Almeida - Editor de Política jornal Estado de Minas
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